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quinta-feira, 18 de junho de 2009

Para um bom alfabetizador essas orientações estão na ponta da caneta.Vale relembrar
para engolir azedo e vomitar doce diante de tanta asneira...


HABILIDADES BÁSICAS OU PRÉ-REQUISITOS PARA ALFABETIZAÇÃO

Consideram-se alguns pré-requisitos para que uma criança se alfabetize:

processo psicológico (esquema corporal, espacial, temporal, discriminação visual e auditiva, psicomotricidade), processo fisiológico (controle dos esfíncteres)
e ainda o processo neurológico (dislexia, disgrafia, afasia, disortografia, disfunção cerebral mínima...), desenvolvidos na infância, cada um em seu tempo próprio.
A aquisição destas habilidades não se dá de forma espontânea, é necessário
que a criança seja estimulada
, de acordo com a fase do desenvolvimento em que se encontra.
Esquema Corporal - Conhecimento adequado do corpo. Indispensável para
qualquer tipo de aprendizagem, pois é através de uma boa formação deste prérequisito que a criança torna o seu corpo um ponto de referência estável. É o seu corpo que servirá como base para a aprendizagem de todos os conceitos
indispensáveis à alfabetização. Crianças sem essa noção, podem apresentar
dificuldades na caligrafia, leitura harmoniosa, gestual, ritmo de leitura (frase,
palavra), imitação / cópia...
Lateralidade - A lateralização reflete a organização funcional do sistema nervoso
central. A conscientização do corpo pressupõe a noção de esquerda e direita, sendo que a lateralidade com mais força, precisão, preferência, velocidade e coordenação participa no processo de maturação psicomotor da criança.
Sabemos que a metade esquerda do corpo é controlada pelo hemisfério
direito, ao passo que a outra metade é controlada pelo hemisfério esquerdo. Quando há dominância do hemisfério esquerdo, temos o indivíduo destro; quando ocorre a dominância do hemisfério direito, temos o indivíduo canhoto. É legítimo, porém, admitir que haja colaboração dos dois hemisférios na elaboração da inteligência.
A literatura nos conta que o sinistro é o inverso do destro, que isso implica uma organização cerebral diferente, e que o desenvolvimento neurológico
é diferente tanto nos dois hemisférios cerebrais quanto nos seus territórios
neurossensomotores.
O conceito de direita e esquerda é de muita importância para o processo de
alfabetização, pois está intrinsecamente ligado ao conceito de imagem corporal e de lateralidade, permitindo à criança distinguir os lados em si, nas outras pessoas e nos objetos. Segundo Ajuriaguerra (1977) é esperado que, por volta dos 6 ou 7 anos a criança consiga reconhecer em si mesma estas noções. Iniciar o aprendizado da leitura e da escrita sem a aquisição destes conceitos pode implicar em confusões na orientação espacial.
A criança poderá apresentar dificuldades para discriminar letras que diferem
quanto à posição espacial, bem como, em relação ao sentido direcional da leitura e
da escrita. É comum, que a ausência desta habilidade contribua para a escrita
especular (em espelho).
Orientação Espacial - É a capacidade de movimentar o próprio corpo de forma
integrada, dentro de um ambiente contendo obstáculos, passando por eles.
Movimentos com rastejar, engatinhar, e andar, irão propiciar a criança o
desenvolvimento das primeiras noções espaciais: perto, longe, dentro, fora.
Os problemas quanto à orientação temporal e espacial, como por exemplo,
com a noção “antes-depois”, acarretam principalmente confusão na ordenação dos
elementos de uma sílaba. A criança sente dificuldade em reconstruir uma frase cujas palavras estejam misturadas, sendo a analise gramatical um quebra-cabeça para ela. Uma má organização espacial ou temporal acarreta fracasso em matemática.
Com efeito, para calcular a criança deve ter pontos de referência, colocar os
números corretamente, possuir noção de “fileira”, de “coluna”; deve conseguir
combinar as formas para fazer construções geométricas. Diante de problemas de
percepção espacial uma criança não é capaz de distinguir um “b” de um “d”, um “p” de um “q”, “21” de “12”, caso não perceba a diferença entre a esquerda e a direita.Se não se distingue bem o alto e o baixo, confunde o “b” e o “p”, o “n” e o “u”, o “ou” e o “on”.
Crianças que iniciam o processo de alfabetização sem possuírem as noções
de posição e orientação espacial também:
· Confundem letras que diferem quanto à orientação espacial;
· Têm dificuldades em respeitar a ordem de sucessão das letras nas palavras e
das palavras nas frases;
_ Dificuldades para locomover os olhos durante a leitura;
_ Não respeita a direção horizontal do traçado;
_ Não respeita os limites da folha;
_ Dificuldades para se organizar, esbarra nos objetos ou pessoas quando se
locomove e;
_ Indecisões quando tem de se desviar de um obstáculo não sabendo para que
lado ir.
Orientação temporal – O domínio de determinados conceitos (ontem, hoje,
amanhã, dia, mês, ano, horas, estações do ano, etc.) permitem que a criança se
oriente no tempo durante a realização de atividades. A ausência da orientação
temporal pode causar:
· Dificuldades na pronúncia e na escrita de palavras, trocando a ordem das
letras ou invertendo-a;
_ Dificuldades na retenção de uma série de palavras dentro da sentença;
_ Má utilização dos tempos verbais e;
_ Problemas na correspondência dos sons com as respectivas letras que os
representam (ditado).
_ Dificuldades em noção de fileira, coluna, formas, ordem, dezenas, unidades.
Orientar-se no espaço é ver-se e ver as coisas no espaço em relação a si
próprio, é dirigir-se, é avaliar os movimentos e adaptá-los no espaço. É a
consciência da relação do corpo com o meio.
Ritmo – É uma condição inata do ser humano.
Habilidade importante, pois dá à
criança a noção de duração e sucessão, no que diz respeito à percepção dos sons
no tempo. A falta de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, silabada, com
pontuação e entonação inadequadas.

_ A importância de trabalhar com o ritmo é fornecer à criança a percepção da
ocorrência dos sons e das pausas (duração e sucessão).
_ A falta de habilidade rítmica pode ser a causa de uma leitura lenta e silabada,
falta de pontuação e entonação durante a leitura, não respeitar os espaços em
branco entre as palavras e o ordenamento das letras durante a escrita.
Análise-síntese visual e auditiva
– É um dos pré-requisitos mais importantes para
a aprendizagem da língua escrita. A língua portuguesa é uma língua alfabética, ou
seja, cada letra representa um determinado som.
Desta forma, a leitura inicial ou
decodificação das palavras impressas em um livro, geralmente, ocorre através de
um processo analítico-sintético. A criança ao ver uma palavra deve decompô-la em
suas partes constituintes (análise) e recompô-las, unindo as partes ao todo
(síntese). Dificuldades neste processo acarreta problemas em conseguir dominar o
arranjo das letras ou sílabas para formar outras palavras.
Ex.: palavra visualizada: CAMISA
Análise: CA-MI-SA
Síntese: CAMISA
Habilidades visuais específicas
– O perfeito funcionamento dos olhos já é, por si
só, um pré-requisito muito importante para o aprendizado da leitura e da escrita. É
de suma importância um treinamento específico em percepção e discriminação de
semelhanças e diferenças; percepção de formas e tamanhos (diferentes grafias, por
ex.); percepção de figura-fundo e memória visual. Se existem falhas na
discriminação de figura-fundo e a atenção é dispersa, pouco ou nada se conseguirá
memorizar.
Acompanhamento visual
– Refere-se ao deslocamento dos olhos ao longo da linha
tanto no ato de ler como de escrever. As dificuldades relacionadas ao movimento
ocular são as causadoras de uma leitura lenta e silabada caracterizada por
inversões, omissões e adições de letras, sílabas e palavras. Na escrita, incidem na
realização motora de letras, palavras ou figuras, devido à falta de coordenação entre
os movimentos dos olhos e os da mão.
Coordenação viso-motora
– Implica na completa integração entre a visão e os
movimentos do corpo. As crianças que não conseguem coordenar os movimentos
da mão com o movimento ocular terão dificuldades em todas as atividades que
envolvam a coordenação visuo-motora (olho-mão), perdendo a noção da seqüência
na execução da produção gráfica.
Habilidades auditivas específicas
– É por meio do sistema auditivo e visual que as
informações gráficas são recebidas e conduzidas ao cérebro para serem analisadas,
comparadas com outras informações e armazenadas na memória. Se os receptores
visuais ou auditivos, que são o contato entre o Sistema Nervoso Central (SNC) e o
ambiente, não conseguirem captar de forma adequada as estimulações ambientais,
então o cérebro lidará com informações distorcidas, não havendo possibilidade de
criar padrões fixos de respostas para as estimulações que são recebidas. É
necessário que haja uma estimulação
a nível de discriminação de sons, de figura fundo e
memória auditiva, para que o processo de aprendizagem ocorra com facilidade.
Memória cinestésica
– É a capacidade da criança reter os movimentos motores
necessários à realização gráfica.
A memorização dos movimentos motores permite a
acumulação das experiências motoras e impede o constante reaprender.
Linguagem oral
– constitui um pré-requisito que serve de alicerce à aprendizagem gráfica e requer uma distinção entre: prolação ou pronuncia (a criança que apresenta dificuldades em pronunciar corretamente as palavras) poderá vir a encontrar sérios obstáculos no aprendizado da leitura e escrita. A falta de associação entre os sons que
ouve com os movimentos articulatórios necessários

Função social da escrita e da leitura
– É o entendimento de para que serve ler e escrever. As crianças que vivem em uma sociedade letrada observam os atos de leitura e escrita dos adultos e de parceiros mais experientes e tentam compreender seus diferentes usos e funções, formulando hipóteses, buscando informações, fazendo inúmeras perguntas e experiências. Nesse processo, acabam descobrindo
que a escrita serve para auxiliar a memória, expressar sentimentos, comunicar-se, organizar idéias, divertir-se e muitas outras utilidades práticas. Conhecer diferentes tipos de letras e saber usá-las em práticas diferenciadas; Entender de que maneira esses sinais se organizam representando o que se pretende escrever, organizar a
escrita no papel e ler seguindo uma direção convencionada culturalmente, de cima para baixo e da esquerda para a direita; segmentar as palavras, deixar um espaço entre elas quando as escrevemos; saber utilizar parágrafos e sinais de pontuação.
Para Fonseca (1996) a primeira necessidade seria portanto:
[...] "alfabetizar a linguagem do corpo e só então caminhar para as aprendizagens triviais que mais não são que investimentos perceptivos-motores ligados por coordenadas espaço-temporais e correlacionados por melodias rítmicas de
integração e resposta. É através do movimento (ação) que a criança integra os dados sensitivo-sensoriais que lhe permite adquirir a noção do seu corpo e a determinação de sua lateralidade..."
Fonseca (1996) ressalta ainda o caráter preventivo da psicomotricidade,
afirmando ser a exploração do corpo, em termos de seus potenciais uma
"propedêutica das aprendizagens escolares". Para ele as atividades desenvolvidas na escola como a leitura, o ditado, a redação, a cópia, o cálculo, o grafismo, a música e enfim, o movimento está ligado à evolução das possibilidades motoras e as
dificuldades escolares estão portanto, diretamente relacionadas aos aspectos psicomotores.
Estou no final do curso ALFABETIZAR E LETRAR COM ENCANTO. Está muito bom e reflito diariamente minhas práticas educativas

1 comentários:

Anônimo disse...

,Já chegamos ao caos de Educação. Agora a moda é fazer de conta q ai a média nacional
aponta-nos em primeiro lugar.Vamos fingir que ensinamos, que os progarmas fingem que é realidade e gritam as 4 cantos ESTAMOS ACIMA DA MÉDIA NACIONAL. A onda agora é bem assim que eu faço... fingindo...fingindo...

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